O Refúgio nas Compras e a Falsa sensação de Bem-estar.
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Frequentemente tem-se falado mais abertamente sobre questões relacionadas com a saúde mental.
Tabus têm sido quebrados e a sociedade tem, passo a passo, buscado compreender mais profundamente questões relacionadas com o seu foro emocional e psicológico.
Apesar de sermos seres altamente sensíveis e passionais, muitas vezes buscamos formas de não sentir. Ninguém gosta de sentir dor, tanto física como emocional. Em seus momentos mais solitários e, por vezes, obscuros, ninguém sente prazer em se auto-confrontar
Às vezes, a solução mais simples e, provisoriamente, menos dolorosa, é fugir: escaparmos do nosso próprio cativeiro emocional e guardarmos no fundo do nosso baú mental, tudo o que nos aflige e apoquenta.
Há quem busque esse refúgio na comida, há quem procure no trabalho, há quem se afogue na bebida e há quem procure a sua cura nas compras.
Quantas vezes me encontrei a percorrer longos corredores de roupas com os braços cheios de cabides e o coração mergulhado em mágoa.
Quantas vezes ignorei a tristeza que me corroía os ossos para confirmar uma compra na Shein. Quantas outras fui experimentar umas calças como se vestisse outra alma.
De que adianta olharmo-nos ao espelho de roupa nova mas com os olhos cheios de lágrimas?
Certa estou de que também já utilizaste as compras como válvula de escape. Tenho a certeza de que também já sentiste aquela satisfação momentânea da confirmação de uma aquisição e que, por algum tempo, te viciaste em senti-la.
Mas como qualquer outro tipo de droga, chega-se a uma altura em que esse vício já não é suficiente. E depois? Depois, no pico da ressaca, olhas ao teu redor e tudo o que tens é um armário cheio de roupas que não usas.
Já estiveste nesse lugar? Eu já estive. Muitas vezes.
No próximo post apresentaremos uma série de alternativas saudáveis para se lidar com as emoções sem se recorrer a vícios e maus hábitos.
Estejam atentos! Contamos com a vossa participação.